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Bem ou mal, eu quero é falar.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Quase que era eu!

Ontem eu voltei de carona do trabalho com Rennê. Ele ia pra Unicap e de lá eu iria andando pra casa. Eis que ao entrar na Rua do Hospício, ainda no início (na Visconde de Suassuna) o trânsito pára. Coincidentemente meu pai me liga pra avisar que estava tendo um protesto de estudantes contra o aumento das passagens de ônibus. Onde? Na rua do Hospício. Rennê encostou o carro por lá mesmo e se mandou com Torres correndo pra faculdade para fazerem a prova. Dei continuidade ao caminho pra casa a pé.

Uma coisa no meu caminho era inevitável: cruzar a av. Conde da Boa Vista (onde estava o tumulto). Estudantes com camisas de Che Guevara, Cuba (menos do Brasil, nem que fosse da seleção), PCdoB, calças rasgadas, pulseiras de punk (aquelas com prego) enfeitavam um pequeno campo de batalha, armados de gritos de protesto e algumas pedras. Fui caminhando entre protestantes, ônibus e policiais, até que começou um pequeno tumulto causado pela tentativa de um motorista de furar o bloqueio. Quando dei por mim, eu estava no meio de tumulto com uma mochila da Meantime nas costas, calça jeans, camisa de malha e tênis. Fudeu... EU ERA UM DELES. Eu também fui prejudicado pelo aumento, mas não entraria num protesto desses. Na porrada eu não curto nem acho certo, mas vamos lá. A cena se assemelhava, claro em proporções bem menores, aos protestos de estudantes coreanos de Seul. É lapada! Na polícia e neles. E em quem estivesse por perto, ou seja, em mim. Tinha ônibus depredado, pneu queimando, loja com vidro quebrado... caos.

A polícia foi chegando perto e deu pra ver nos olhos deles a mensagem "vamo botar ordem nesses porra! Esse de mochila deve ser um deles". Sai me expremendo os obstáculos e conseguir passar ileso pelo tumulto. De longe fui vendo o 'tempo fechando' e me afastando cada vez mais, olhando pra trás. Quando chego em casa vejo na TV um monte de estudantes se engalfinhando com os PM, a lapada correndo solta, gente presa, tudo quebrado. Hoje fui trabalhar de ônibus imaginando que podia levar uma pedrada no pé-do-ouvido. Cheguei vivo ao trabalho, sem trânsito, sem pedra e sem PM. Deus sabe se a volta vai ser tranquila, já que não tenho muitos caminhos pra escolher na volta.

AH! A passagem? Continua R$ 1,65.

1 Comments:

At 4:05 PM, Anonymous Anônimo said...

pf! cuidado, não, visse?! ;P

 

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